- Área: 70 m²
- Ano: 2016
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Fotografias: João Morgado
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Fabricantes: Bathroom equipment, Interior structure from Kitchen, MDF Boards, Microciment, OSB Boards, Tricapa boards (3/MULTIPLY SOLID WOOD PANEL)
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de um projecto de reabilitação de um apartamento, com 70m2, inserido num edifício que remota ao inicio dos anos 40, localizado num bairro industrial e com uma arquitectura característica, servia de habitação social aos trabalhadores da antiga fábrica “Ar Liquido”.
Estes apartamentos eram caracterizados por ter divisões pequenas, ligadas de forma individual por um longo corredor, tornando-os espaços com uma elevada carência de luz natural. A falta de espaço de arrumação, principalmente na cozinha, era outro dos grandes problemas, que teria de ser resolvido.
Hoje, os espaços de funções semelhantes, abraçam-se. Aquilo que anteriormente era um rígido corredor, passa a ser um espaço aberto que mantem a ligação entre as diferentes áreas, mas de uma forma fluida, ”varrendo” a casa num movimento longitudinal único com inicio no escritório e fim num jardim, exterior.
Conseguiu-se, assim, conferir uma nova percepção espacial e programática que contribuem não só para uma grande facilidade de circulação mas também para uma intensa fluidez de espaço social, mantendo, no entanto, a área do quarto como um espaço privado, menos óbvio e mais contido.
Nesta divisão, foi desenhado um módulo, que permitiu criar uma espécie de casa independente. Num único espaço, conseguimos organizar uma pequena sala, um quarto, um closet e um escritório (em mezzanine).
Encontramos arrumação em cada canto deste objecto, incluindo no pavimento do escritório (em forma de alçapões).
A entrada de luz no quarto é controlada por um grande vão, com duas portadas em madeira, que nos permitem “esconder”, quando necessário, a área privada. Esta manobra ajuda-nos a conferir à casa um carácter publico, assumindo a função de atelier de arquitectura.
A casa assume, assim, um carácter bastante prático, onde os contrastes se afirmam em transições calmas e convidativas. Com a abertura de novos vãos no interior, a luz aproveita todos os vãos exteriores para entrar, habitar e preencher os espaços. Num extremo a casa abre-se à cidade, no outro dá-se a um jardim que é capaz de nos transportar para a ideia de campo. O jardim funciona a uma cota mais baixa. De cima, num pequeno espaço para refeições, as folhas das árvores entram pela janela, num vão que parece interminável e o convite a descer é tão óbvio quanto agradável.
Em termos de materialidade optou-se pela criação do contraste entre as paredes brancas e os vários elementos de madeira, de forma a permitir a máxima projecção de luz, mantendo o ambiente confortável com o uso da madeira.
O módulo anteriormente referido, foi realizado com estrutura de aço leve e painéis de OSB, de forma a não acrescentar peso, à estrutura do edifício existente, sendo posteriormente revestido com placas de MDF, lacadas a branco.